Mavi Veloso cruza territórios e celebra a beleza de corpes trans e não-binaries em disco de estreia – ouça já Tavesti Biológica
Mavi Veloso. Anota esse nome, porque a partir de agora ela vai aparecer cada vez mais, graças a Travesti Biológica, seu disco de estreia, disponibilizado hoje nas principais plataformas digitais – ouça aqui.
Artista transmídia e brasileira criada em Minas Gerais, Mavi vive fora do Brasil desde 2014. No momento, reside na Holanda, mas seu álbum não tem CEP fixo e expande-se em línguas e sonoridades múltiplas, na intenção de romper barreiras e, cada vez mais, intensificar o diálogo artístico e reflexivo de Mavi com o Brasil.
“Para mim sempre foi e é muito importante essa possibilidade, de poder retornar ao meu país, me reconectar com os meus e com as minhas, de certa maneira me recarregar de energia para voltar aqui para esse local obscuro e incerto onde eu estava recomeçando uma vida do zero”, comenta a artista sobre seus cruzamentos sobre o oceano Atlântico. “Embora estar aqui [Europa] representava o inseguro, o frio, o feio, também representava alguma ideia imaginária de sucesso. Eu vim para cá em busca de expandir meus horizontes, em busca de ampliar meus conhecimentos e de me reconstruir. E isso eu tava fazendo”, reflete Mavi.
Travesti Biológica atua bastante sobre essa contradição e complexidade que é viver entre culturas diferentes, entre línguas diferentes. “E eu acho cada vez mais importante abrir fissuras e fortalecer esse trânsito de pessoas como eu, para que elas possam ir e vir daqui para lá e de lá para cá”, destaca a cantora.
As primeiras composições de Mavi que ganharam corpo para Travesti Biológica surgiram por volta de 2017, dentro de um projeto de mestrado que a artista estava desenvolvendo na época. Um ano e meio depois a vontade de formatá-las num EP passou a fazer cada vez mais sentido para ela, que começou a se organizar para realizar essa vontade. De lá para cá, Mavi foi fortalecendo parcerias no Brasil e na Europa, montando dessa maneira uma ficha técnica robusta, que atravessou a construção de Travesti Biológica de diversas formas – acesse a lista completa de colaborações aqui.
“Cada uma dessas pessoas tem um know how diferente do meu. É claro que desde quando comecei a imaginar essas músicas e esse projeto tem muita coisa que idealizei e conceitualizei, mas essas coisas nunca estão engessadas”, explana Mavi. “A partir do momento que essas pessoas entram no processo comigo e começam adicionar o conhecimento que elas têm eu entendo que isso enriquece o projeto. É como se as pessoas tivessem o pé no chão e a praticidade para conseguir transformar imagens sonhadas em realidade”, aponta ela.
No que diz respeito à sonoridade, Mavi detalha algumas das referências presentes em Travesti Biológica. “Adentrei um mestrado onde eu pesquisava questões de identidade e gênero na voz para entender isso em mim e em torno de mim. Para entender o que eu faria com isso artisticamente. Então uma grande orientação para o álbum é a questão vocal, as texturas vocais possíveis que eu posso produzir ou que podem ser produzidas”, continua a artista. “Tem também muitas misturas de gêneros musicais, justamente por toda essa confluência de territórios. A confluência cultural traz as diversas referências musicais mesmo. Ritmos brasileiros, muito hip hop e trap femme, muita música pop…Mas acima de tudo, as questões corporais, o fato de ser um corpo trans, um corpo estrangeiro, todos os traumas, as contradições e os processos de empoderamento são as maiores orientações para construção deste álbum”, ressalta Mavi.
E tudo isso, de certo modo, também desata para a versão visual do disco, que ganhou uma elaboração à parte, dirigida por Mavi em conjunto a Bernardo Zanotta. Cineasta e amigo da artista, Bernardo a auxiliou na aplicação para subsídios e também iniciou a materialização das ideias, imagens e delírios que Mavi tinha em mente para os roteiros do álbum visual. Este projeto, inédito, tem sua estreia prevista para os próximos meses, com uma divulgação feita em partes. Acompanhe cada passo dessa novidade a partir das redes sociais de Mavi Veloso.
Travesti Biológica tem produção musical assinada por Mavi Veloso e colaboração de Urubu Marinka, Salisme, Fuji, em faixas específicas e produção executiva da BICUDA. Disponível nas principais plataformas digitais, o disco desponta logo no primeiro mês do ano para que Mavi ecoe ao longo de todo o 2022 a partir deste lançamento, incluindo em breve uma turnê de lançamento em território brasileiro – afinal de contas, Travesti Biológica também nasce daqui e para cá se destina ao mesmo tempo.
Inspirada nessa vontade de trazer suas músicas para o Brasil, Mavi almeja “celebrar a beleza do corpo trans e não-binário e a resistência travesti”. Para ela, o disco é um projeto de performance, música e vídeo, “um álbum visual pop que carrega referências musicais e visuais eletrônico-pop-trap-futurista-tropicais”, expõe. Com vocês, Travesti Biológica.
Mavi Veloso – Artista transmídia brasileira e atualmente radicada em Amsterdam, Holanda, Mavi começou suas experiências artísticas ainda criança, a partir da poesia. Com o tempo foi compondo suas primeiras letras, levando o fazer musical como atividade paralela. Foi apenas anos mais tarde, durante seu mestrado, que Mavi lançou-se de vez para sua criação musical autoral, partindo de letras prontas e também criando outras, inéditas, que juntas deram forma a Travesti Biológica, seu disco de estreia, lançado em Janeiro de 2022, nas principais plataformas digitais.
Fonte: Assessoria de Imprensa da artista
*Foto: Lisa Diandra Krueger