40 anos sem Elis Regina: Assucena revisita “Ela”

Após a estreia de sua carreira solo com “Parti do Alto”, canção autoral inédita divulgada em Janeiro último, a cantora, compositora e intérprete Assucena homenageia Elis Regina comsua releitura de “Ela”, clássica letra de Aldir Blanc e César Costa Filho eternizada na voz de uma das principais artistas do país em seu álbum de 1971, também intitulado Ela.

Assucena conta que “Ela” dialoga temática e esteticamente com o primeiro single lançado, Parti do Alto. “Uma canção autoral e uma versão; o contemporâneo e a memória; a tradição e a transformação. As duas canções expressam a condição e a superação do patriarcado”, explica Assucena, que neste momento está em estúdio gravando seu primeiro álbum desta nova fase da carreira.

A artista conta que Elis sempre foi uma de suas principais referências, e “Ela” uma de suas canções favoritas. “Esta canção, ‘Ela’, era uma música que eu cantarolava em casa. Nesse sentido, não foi difícil escolher. Entendo esse ‘Ela’ como polissêmico, traz muitas ‘elas’ carregadas neste ‘ela’ singular. A interpretação de Elis vai para uma linha melancólica, uma mulher num quase estado de resignação social. Minha ideia nesta releitura foi trazer uma mulher mais contemporânea, que apesar da dor no peito, dança. E dança sem se importar com quem quer que seja. Sinto que eu também faço parte dessa mulher contemporânea”, explica. “Na sonoridade, trouxe um pouco do samba rock, mas sem abrir mão do retrô. Jorge Ben Jor e Novos Baianos são inspirações importantes para este trabalho”, detalha Assucena.

Aldir Blanc, compositor de grandes clássicos da música brasileira, também passa a integrar o repertório de Assucena, que vê no icônico compositor significados múltiplos para ser interpretado no momento presente. “Perdemos Aldir Blanc em 2020, vítima da Covid. Regravar ‘Ela’ me traz um sabor da valorização da memória. Tanto da memória de Aldir, quanto de Elis. Estamos falando de um dos nossos maiores letristas e poetas da canção popular brasileira”, completa Assucena. “A memória se constrói todos os dias. Dar o nome de uma lei de incentivo para Aldir Blanc é também uma forma de rememorar o marco que ele foi. Tenho o prazer de cantar Aldir, tanto quanto de rememorar sua obra e existência”, ressalta.

O fato de “Ela” ter sido gravada 50 anos atrás na voz de Elis Regina foi também um fator decisivo para Assucena escolher esta canção em específico. De acordo com a artista, o disco Ela (1971) “foi muito presente na minha formação artística. Toda a obra gravada por ela durante a década de 1970, na verdade, foi fundamental. Essa faixa é um lado B deste álbum, é uma canção pouco conhecida, então quis buscar essa rememoração também”.

Além desta admiração por Elis, Assucena vem cantando outra de suas grandes inspirações: a baiana Gal Costa. “Rio e também posso chorar”, show que Assucena vem apresentando desde dezembro passado, oferece ao público uma releitura original do clássico disco Fa-Tal – Gal a Todo Vapor, também de 1971. É nesse ambiente de grandes referências, como Aldir, Elis e Gal, que Assucena vem fundamentando seus primeiros passos solos, fincando suas criações e vontades artísticas inspiradas pela música popular brasileira.

Com esses projetos sendo desenvolvidos simultaneamente, Assucena inicia sua carreira solo explorando distintas possibilidades enquanto cantora, compositora e intérprete. “Intérprete, mas não só intérprete. Compositora, mas não só compositora. O canto é quem reúne tanto a Assucena intérprete, quanto a Assucena compositora. E eu espero que o público entenda essa tradição da música brasileira nessa minha caminhada”, conclui a artista.

Fonte: Assessoria de Imprensa da artista

*Foto: Divulgação

Ficha Técnica:
Ela (citação A Menina Dança)
Produção Musical: Ivan Gomes
Gravado em novembro de 2021 no estúdio Lebuá
Mixagem: Frederico Pacheco
Masterização: Maurício Gargel
Músicos: Vitor Wutzki (violão, guitarra e sintetizadores; Bianca Predieri ”Bibeats” (bateria e programação); Ivan Gomes (baixo elétrico)
Côro: Assucena, Bruna Alimonda e Vítor Wultzki


Assucena – A cantora, compositora e intérprete ficou conhecida pelo trabalho desenvolvido durante seis anos com a banda “As Baías”, projeto com o qual foi indicada duas vezes ao Grammy Latino (2019 e 2020) e conquistou duas categorias no 29º Prêmio da Música Brasileira. Nascida e crescida no sertão da Bahia, Assucena constrói sua identidade artística a partir das influências da música baiana – em especial o Tropicalismo -, assim como das mais variadas vertentes da música popular brasileira, em composições e interpretações que dialogam com ritmos diversos como o samba, o rock e a música pop contemporânea. Em janeiro de 2022, Assucena lançou seu primeiro single autoral da carreira solo, “Parti do Alto”, que tem sido muito bem recebido pelo público e pela crítica especializada.

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