Já ouviram “A Sombra e a Flor”, ópera rock do brasiliense Cello Dante?
Artista brasiliense lança o álbum de estreia “A Sombra e a Flor”, ópera rock concebida desde 2015, com 21 faixas, participações de 28 músicos e disponível em várias plataformas digitais
Uma sombra sem corpo perdida no deserto descobre uma cidade que não tem ninguém. Paralelamente, uma mulher sem sombra entra na mesma cidade, que está cheia de vida. Essa é resumidamente a história de “A Sombra e a Flor”, ópera rock composta pelo músico brasiliense Cello Dante, finalmente lançada em 2021 por meio de diversas plataformas digitais (YouTube, Spotify, Deezer, Apple Music etc). O álbum virtual, com 21 faixas e 1h40 de duração, foi gravado no Ponte Studio, em Brasília, sob a produção de Ricardo Ponte, ganhador do Grammy Latino de 2016. Uma estreia fonográfica aos 42 anos de idade!
O artista partiu de arquétipos do autoconhecimento do psiquiatra suíço Carl Jung (e de outros pensadores como Friedrich Nietzsche, Jean-Paul Sartre, Platão, Bertolt Bretch etc) para conceber uma produção grandiosa dividida em quase 400 folhas de partitura e mais de 40 folhas de libreto. Tudo composto e arranjado por ele durante 14 meses diários e ininterruptos, entre o final de 2015 e início de 2017. “A ideia de compor uma ópera rock surgiu ainda na adolescência, quando ouvi pela primeira vez “The Wall”, do Pink Floyd. Fiquei apaixonado pela ideia de uma obra musical trazendo a narrativa, com canções que se interligam por ideias ou temas. Entendi que o formato abria a possibilidade de compor peças com grande lirismo”, explica. As gravações começaram em 2019, mas atrasaram por causa da pandemia da Covid-19.
Para levar a obra ao estúdio, Cello Dante contou com a participação de 28 músicos, de nomes diversos como o violonista e bandolinista Sérgio Chiavazzoli, dos multi instrumentistas Ademir Júnior e Marcelo Lima e do gaitista Caetano Rojas, entre vários outros. Três cantores de Brasília interpretam as personagens: André Fantom(como Sombra), Daniela Firme(como Alma) e Fernando Vaz(como o narrador). Curiosidade: a maioria deles nem se conhecia e não houve nenhum ensaio prévio. Foram utilizados alguns instrumentos pouco comuns ao rock, como o japonês shamisen, a tabla indiana, o bandolim brasileiro e a viola caipira. Os arranjos elaborados estabeleceram um diálogo íntimo entre instrumentos e vozes, requerendo cuidadosa produção. Sonoramente “A Sombra e a Flor” passeia por diversos estilos: progressivo, blues, protopunk, hard rock, post punk, sinfônico, indie, folk, música brasileira, world music, erudito e jazz.
Formado em composição musical erudita pela Universidade de Brasília (UnB) e trabalhando no Corpo de Bombeiros há mais de 20 anos, Cello Dante nunca subiu aos palcos. E foi justamente sob a premissa de que não apresentaria sua obra ao vivo que ele deixou a mente voar livremente na criação dessa ópera rock. O uso de letras imagéticas ganhou um interessante trabalho de arte digital com lyric videos e/ou pequenas animações para cada faixa do álbum, tudo disponível no canal oficial youtube.com/channel/UCyH8T7kGseuQidLPPSDElmg
Daí surgiu o desejo do músico de transportá-la para o teatro musical, além de lançá-la em formato físico, de preferência em LP. “Foi necessário resgatar ideias musicais, algumas das quais jamais imaginei que utilizaria. Há melodias que foram concebidas na minha infância. Outras peças, anteriormente apresentadas em recitais de composição da UnB, foram rearranjadas. E houve ainda músicas inteiramente concebidas e compostas para este projeto”, completa Cello Dante.
Todo o histórico da gravação de “A Sombra e a Flor” (com letras, vídeos e mais informações) está disponível no site oficialwww.cellodante.com